sábado, 7 de novembro de 2009

Bananaia Brasil


Capítulo I – Boaventura

O sol brilhava enquanto o vento agitava as folhas de bananeiras no quintal, Boaventura acordou cansado um gosto amanhecido na garganta, lembrou-se do porretaço de sábado... Sem condições de trabalhar pela manhã, sequer imaginava as surpresas que lhe reservavam aquele domingo morno, por isso decidiu abrir o bar só depois da meia hora, fazia questão de abrir todos os dias.
Colocou sua velha jaqueta jeans disposto a seguir sua rota, ao cruzar a esquina, surpreendeu-se com a presença de uma bela senhorita com ares de cidade grande, aguardando impaciente em frente ao boteco. Andou lentamente para apreciar por mais tempo aquela estranha, mas fascinante mulher.
O vento demarcava suas curvas insinuantes em seu longo vestido esvoaçante, tinto como o vinho, uma fenda em um dos lados revelava pernas bem torneadas, sapatos altos estilo plataforma, cabelos negros e encaracolados na altura do ombro, olhos expressivos, lábios cor de carmim, o remetia a filmes antigos que seu pai o levava nas matinês de cinema da cidade vizinha. Voltou a se concentrar na moça, por um momento pensou se tratar de uma alucinação, afinal, há muito não se via turistas em Bananaia, ao se aproximar um intenso calor subia das partes baixas ao coração, empolgado com aquele despertar em seu peito resolveu iniciar conversa com a moça.


Capítu
lo II – Srta. Pélia Dornelles

Pélia Dornelles sentia-se exausta de caminhar entre bananeiras, amanhecida, os sapatos em uma das mãos, olheiras profundas, ainda sentia o efeito do álcool em seu corpo. Avistou uma pequena vila com comércio, comprar cigarros – pensou – colocou os sapatos e resolveu se aproximar.
Parou em frente ao bar, as portas fechadas, os moradores á olhavam assustados com o canto dos olhos. “Terra de camponeses” – sussurrou.
O sol acima de sua cabeça e seu estômago concluía que era meio dia, o vento forte batia nas janelas dos casebres próximos, poucas pessoas nas ruas. Olhou para a calçada, em uma das extremidades percebeu que o cimento ainda estava fresco, não resistiu e pisou levemente deixando a marca de seus sapatos: - Tudo são pretextos a um coração agoniado – falou com um sorriso maroto.
Desviou o olhar para a esquina, chamou sua atenção a presença de um jovem rapaz que se aproximava lentamente com um sorriso hospitaleiro. Observava seu corpo viril e escultural, enquanto caminhava o movimento de seus músculos formavam minúsculas ondas, a pele bronzeada pelo sol, lábios sensuais naturalmente perfeitos e carnudos.
Subitamente se sentiu atraída ao fixar seu olhar curioso nos olhos amarelos, cor de banana madura, daquele homem desconhecido. Arriscou um sorriso.

Capítulo III não perca semana que vem continua...



3 comentários:

  1. huhuhuh!! Até que enfim pude ler a Bananaia Brasil, tá muito bom Pri!! Parabéns

    ResponderExcluir
  2. Lindo o blog Pri! Nossa!

    Bananaia já é sucesso. Parabéns nega véia.!

    ResponderExcluir